Maestro da Esperança.
Ôh mestre que és divino, criador da inspiração,
Me ajuda por caridade, nesta minha gratidão,
Pois, vou falar com franqueza da nossa maior riqueza,
Gonzaga, Rei do Baião.
Foi lindo o tempo em que ele com agente conviveu,
Cantando coisas bonitas, nosso povo comoveu.
Cumprindo o que foi escrito, vendo um mundo mais bonito,
fechou os olhos, morreu.
Deixou saudades por onde com a sanfona tocou,
Deixou tristeza também onde a voz ecoou.
Foi maestro da esperança pro nordestino essa herança,
Nosso Gonzaga deixou.
Olhando um vaqueiro aboiando nas quebradas do sertão,
Vendo uma fogueira acesa na noite de São João,
Pamonha em cima da mesa, milho verde que beleza,
Só vai trazer com certeza para nós recordação.
Um sanfoneiro tocando e um cantador lembrando.
Gonzaga Rei do Baião.
Um tico-tico cantando nas terras do Sabugí,
A asa branca voando nas matas do cariri,
A Sariema piando, o Assum Preto voltando,
Do seu dono reclamando ao lado da Jurití.
Mandam lembranças altaneiras ao amigo cantador,
O Sabiá da Laranjeira.
O Riacho do Navio, rumo ao Rio São Francisco,
Fazem rosários de lágrimas chorando por teu sumiço,
E levam nas águas rolando o teu cantar soluçando,
Frei Damião, Padre Cícero.
A Sanfona o Zabumba o triângulo uma canção,
Aquele Chapéu de Couro, estrela de ouro, um Gibão.
Sempre vão lembrar de tu, querido filho de Exu,
Gonzaga Rei do Baião.