Saudade paulistana

O viajante, errante e solitário,
De tanto aperto no coração,
Deixou-o num jazigo imaginário,
Lá no cemitério da Consolação.

De tanto amor pela metrópole,
Sepulta-se voluntário na necrópole,
Vertendo lágrimas de uma só vez,
Lembrando saudoso do bairro japonês.

Frio, chuva, calor; quem diria!
Tudo isso bem no mesmo dia,
Passeando pelas ruas da cidade,
Por uma urbe, quanta saudade!

De volta para o Aquidaban,
​​​​​​Só relembra do altivo Copan,
Donde gotejava a famosa garoa,
Como lágrima antecipada, à toa.

Infla o peito fenecido do poeta,
Que uma lembrança corrói e lanceta,
Como projeção distante de uma era,
Quando foi feliz no belo Ibirapuera.
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 05/01/2020
Reeditado em 04/06/2020
Código do texto: T6835138
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