CORAÇÃO NAVEGANTE.

Meu coração, velho navegante

Vagando solitário neste mar sem fim

No barco desta vida

Nestes mares tempestuosos

Cheio de piratas violentos

Cheio de quimeras assustadoras

Inquieto vai subindo e descendo as ondas.

O vento sopra forte pela tarde

Durante as noites faz grande bonança

Sou apenas este velho marinheiro

De sonhos errantes

De desejos malucos

De vida intranquila.

Entretanto, entre um mar e outro

Entre tantos oceanos já navegados

Nada encontrei se não o próprio nada

Sou talvez um poeta

Sou talvez palavras ao vento

Jogado de um lado a outro

Meus desejos caíram no mar

Perderam-se nas profundezas do oceano

O beija-flor, aquele mesmo de outrora

Também navega neste mesmo mar

Também se faz presente nesta embarcação.

O que farei... Talvez enlouquecer

Porém, o esquecer... É praticamente impossível

Logo o dia se escondera na colina

E junto a ele

Todas as minhas maluquices.

Estou pronto agora,

banho tomado,

roupa perfumada, elegante, como um verso refinado de um poema de amor.

O beija-flor não expressou reação, nem mesmo olhou, eu, marinheiro solitário, rumei ao mar uma vez mais, sem beira e sem cais, sem destino certo.

Vou procurar a casa de Deus neste momento,

aquietar-me,

orar,

meditar,

clamar,

talvez os fantasmas que me assombram me deixem em paz.

O que será de mim… Nem eu mesmo sei.

Os dias são igualmente inexatos, intranquilos, cheios de novidades desagradáveis.

As vezes… Bom, às vezes quero desistir, mas só às vezes, este tipo de sentimento é nocivo, traiçoeiro… Eu tenho que ir agora, adeus.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 02/12/2019
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