Universo Plural Multiversado

Deito e rememoro minha infância pueril...

Redundâncias como essa não tornavam-me senil.

O dia era frio;

A inocência pairava no brilho dos meus miúdos olhos,

Escuros e Profundos.

Meus movimentos revelavam o que eu ainda não dizia;

Minha mão sempre se encontrava com alguma outra.

Minha vida era preenchida por coisas que eu nem se quer entendia.

Me aqueciam no frio.

Andava por aqui e ali, balbuciando, titubeando.

Uma eterna brincadeira...

[...]

O eterno tem fim.

[...]

Lapsos repentinos mudaram meu sentido.

Lágrimas escorriam pelo rosto meu...

Me via num lugar estranho, com seres estranhos e barulhentos.

Minha Mãe não estava lá.

De repente percebo que sou estranho e barulhento;

Logo me reconheço e me perco em meio a meus iguais;

Tão Serenos... Tão Ingênuos...

[...]

Sinto algum pesar.

Viro para um lado o corpo e a mente.

[...]

Cá estou...

...onde estou?

[...]

...é maravilhoso...

...não há mais nada...

...não sinto mais nada...

[...]

...uma brisa leve sopra em meu encontro...

...fios dos meus cabelos balançam suavemente, se desprendem

e flutuam por lugar nenhum...

[...]

...um aroma doce penetra-me suavemente...

...uma melodia interminável cura meus tímpanos...

...cores se entrecruzam e brilham...

...meu coração desacelera...

...minha respiração se acalma...

...voo sem direção...

...minha alma está livre...

[...]

...chuva...

[...]

Movimentos multidirecionados;

Estalos irregulares;

Barulhos diversos fazem uníssono;

O maestro sabe o que faz.

Uma trama se faz.

Parece que o...

[...]

Um revirar de olhos...

[...]

Mentes sujas, percebo...

Sujas como a minha, que finge limpeza.

Mentes que mentem em si.

Que é a mentira?

Que inventou a verdade?

Existe Verdade ou

Apenas Mentiras das quais não nos deixam duvidar?

[...]

...gargalhadas histéricas...

[...]

...não corra!

Não podes fugir!

[...]

Intensos barulhos, irregulares e estridentes, anunciam o inevitável.

[...]

Enfim levanto.

Ando.

Encaro meu reflexo.

Não reconheço aqueles olhos,

Escuros e Profundos.

[...]

A Vida? Um desperdício de Tempo!

A Morte? O Fim do Tempo desperdiçável!

O Tempo, um brincalhão? Um mentiroso? Uma ilusão que nos desvitaliza?

De que cuida o Tempo?

O Tempo existe?

Que é o Tempo afinal?

Uma farsa?

Uma perda de tempo?

É perda de Tempo pensar no Tempo perdido.

Oh Tempo, tu me matas sem perceber.

Teron Nadori
Enviado por Teron Nadori em 25/11/2019
Reeditado em 25/11/2019
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