ANDO
Ando por aí te procurando;
Por calçadas pútridas e hostis;
Rostos invisíveis vão passando;
Pelos trens e pátios, vão vagando,
Desapercebidos, infantis.
Ando pelas ruas e avenidas,
Sempre por um fio; por um triz;
Sem mapas ou rotas definidas,
Vou cercando todas as saídas,
Repetindo trilhas que já fiz.
Ando pela chuva, pela lama,
Planaltos, planícies e plantis;
Em meio à fumaça, em meio às chamas,
Sem descanso, insisto, pois quem ama
Não espera o tempo que condiz.
Devotos, fiéis, depauperando,
Indo por vielas e covis,
Os pés, desgastados, vão marchando.
Ando e vou continuar andando;
Não vou desistir de ser feliz!