Saudade

Quisera ser criança

Para ter a vida pela frente

E viver toda a lembrança

De momentos que jamais sairão da mente

Olhos puros, curiosos e brilhantes

Imaginações, utopias, desejos projetados

Uma aura refletindo um diamante

Nem sabia o que era um sapato apertado

Ser criança é uma benção

Nem temos tantas lembranças

E sem nenhuma solidão

Nem sonhava com as mudanças

A transparência e ingenuidade

Ainda matinhas intactas

Nem sabia de toda a verdade

Muito menos que veria a maldade

Criança não tem medo

Por que nada lhe feriu por dentro

Apenas uma travessura

Que sempre acabara sem tortura

Protegida no acalento

Do lar que era abençoado

Da varanda dava pra ver a pitangueira

E tudo virava uma brincadeira.

Onde estás tu, oh, Criança!

Que se perdeu com o tempo

E hoje, quase sem esperança

Almeja com confiança

A paz que lhe deve regar

O doce acalento do lar

SILVIA F SOUSA
Enviado por SILVIA F SOUSA em 11/11/2019
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