Mocidade

Oh! mocidade que fora apartada de mim pelo tempo

Apareça qualquer dia, se puder.

Farei, para nós, bolo de fubá

e à tarde comeremos com café sentados à beira do rio

Dê as caras por esses dias

De manhã, sairemos a caminhar pela orla da praia

Iremos às pedras

e colheremos alguns mariscos para almoçarmos.

Mande notícias em algum momento

fale como estão as amizades de outrora

Pergunte-lhos se ainda jogam bola no campinho de areia

e se ainda pegam jamelão no quintal daquela casa de veranistas.

E na escola, mocidade, como estão as novidades?

Ainda fazem atividades lá na ilha?

Lembro de fazermos nos dias que o ginásio não estava livre

Era um momento único e contagiante

Conte-me! Há ainda aquela casa da árvore no manguezal

Onde brincávamos de equilibrar nos cipós?

Mamãe ficava uma fera comigo

Quando chegava sujo dos pés à cabeça.

Não sei se no sábado iremos à roça

Visitarmos meus avós, parte de pai e mãe,

Mas caso a gente não vá

Poderemos soltar pipa nas areias.

Há muitas pitangueiras lá

Poderemos pegar algumas

E assim que chegarmos a casa

Faremos sacolé com o suco delas.

É mocidade, meus primos virão morar aqui

São todos muito queridos por mim

Tenho certeza que quando crescerem

serão seres maravilhosos

Semana passada choveu muito por essa bandas

e caiu a tal da "tromba d'água".

O que ocasionou um aumento no volume do rio

e enchente por todos os locais banhados por sua água.

Mantenha-me informado sempre, querida.

Hoje em dia é bem mais fácil, né?

Há a tal da internet em todo lugar e, na necessidade,

basta mandar um "zap" que tudo se resolve.

John Canere
Enviado por John Canere em 05/11/2019
Reeditado em 11/02/2020
Código do texto: T6787615
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