NOSSO PÉ DE TAMARINDO
Sabe aqueles tempos de infância,
Os momentos bons vividos em criança
Que vêm à memória trazendo emoção,
Nos fazendo até chorar com a recordação?
Eu tive tempos assim...
Me lembro com carinho
Do pé de tamarindo
Da casa dos meus avós
E com a lembrança bate o saudosismo
Típico de quando estamos sós.
Saudade do meu pé de tamarindo...
No soprar do vento
Seus galhos se balançavam,
Com nosso peso de criança
Seus sinuosos ramos dançavam.
O gostinho azedo de seus frutos
Em minha boca parece ainda estar,
Com carinho lembro da minha avozinha
Preparando o saboroso aluá.
Sua sombra aconchegante
Abrigava a família reunida
E nos proporcionava instantes
Felizes naquela fase da vida.
As crianças brincando em seus ramos,
Os adultos em sua sombra abrigados,
Partilhando momentos, contando histórias,
Sonhando o futuro e relembrando o passado.
Ah, o nosso tamarindeiro!
Foi um parquinho exclusivo em nosso terreiro.
Parceiro de tantas travessuras,
O palco verde das grandes aventuras.
Hoje as coisas não são como antes,
Nossos avós queridos não estão mais ali,
Já não passamos tantos instantes
Alegres como outrora embaixo de ti.
Os adultos mudaram e as crianças cresceram,
Ninguém mais se balança em seus ramos,
Tantos anos desde lá correram
E cada um seguiu seus próprios planos.
Mas, quando a saudade aperta demais,
Sempre que possível à sua sombra voltamos,
Pois embaixo de ti nos sentimos mais perto
Dos nossos avós a quem tanto amamos.
Por Neuza Moreira.
Porto Velho/RO, iniciado em 23/09/2019 e concluído em 08/10/2019.
(Feito a pedido e com carinho dedicado à Francineide Brandão, amiga e colega de trabalho, orientadora na escola Dom Pedro I em Porto Velho).
Baseado em seus relatos das memórias de infância.