MERGULHO NECESSÁRIO - LUIZ POETA Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.
MERGULHO NECESSÁRIO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.
Eu sempre fui feliz... e eu sabia... vivia intensamente o meu momento
e cada natural dor que eu sentia, sumia com me próprio sofrimento.
A vida é composta de momentos ruins ou bons, mas busco, na alegria,
a essência dos mais doces sentimentos
a cada vez que a dor me diz bom dia.
Se hoje um tormento aleatório
afasta aquilo que me faz feliz,
procuro refazer meu território
de amor, ouvindo o que o coração diz.
Difícil conviver com gente amarga
que embarga a nossa voz que quer gritar,
que a estrada do amor sempre é mais larga
que a carga que uma dor quer carregar.
Por isso, sofro, silenciosamente,
as dores dos que erram e transferem
as culpas que eles têm, pois são doentes
que sentem vão prazer, quando nos ferem.
Esqueço minhas dores mais antigas
e ínfimas diante da vontade
que sinto...
quando as bênçãos mais amigas
me fazem construir felicidade.
E olho, com piedade, os que procuram
pessoas a quem contam seus segredos
e esquecem que, no fundo, só se curam,
com quem sempre sanou seus tantos medos.
Os tolos e ingênuos dependentes
acabam escolhendo um novo rumo,
forjando suas lâminas potentes,
deixando o seu amor fora do prumo.
E quem foi tão feliz a vida inteira,
sofrendo e superando cada dor,
vê, hoje, uma serpente que se esgueira,
na esteira de um caminho sedutor.
Indago a mim mesmo: - O que faço?
... diante dos que não ouvem conselhos
antigos como os meus?... estendo o braço...
ou me limito às dobras de joelhos?
Saudades, só as tem quem teve história
feliz para contar e é assim que vivo:
guardando, bem no fundo da memória,
a história de um amor definitivo.
O mar é tão imenso... há tantas rotas,
que o tempo se encarrega de traçar,
porém existem ilhas ignotas,
que vivem muito além de cada olhar...
O porto de quem parte não é parte,
é o todo onde viagem começou...
mas quando o antigo amor torna-se encarte,
Ele é parte da folha que voou.
Invento devaneios, sou corsário, mas quando não consigo navegar, meu voo é um mergulho necessário
nos sonhos que aprendi abençoar.
O livro continua sendo escrito,
os mitos se sustentam no Improvável
e quando o que vivi, tornar-se um mito,
apenas viverei o inadiável.
Por isso, quando sinto um desrespeito
Intempestivo, tolo e recorrente,
procuro a saudade no meu peito,
e anestesio a dor do meu presente.
É lá que me distraio e sorrio
da forma mais sublime e mais honesta,
afogo a dor dos outros no vazio
e busco me livrar do que não presta.
Saudades são retratos ressurretos
do tempo mais feliz e verdadeiro,
e quando os sonhos são mais incompletos,
completo-me nos sonhos derradeiros.
Cansado para a escolha de um caminho,
afasto-me e mergulho no passado,
pois lá, tenho a certeza do carinho
que tive... e dei... e amei... e fui... amado.
- às 10h30m do dia 29 de setembro de 2019 do Rio de Janeiro Brasil.
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