AU REVOIR
Juliana Valis



Em tudo nos clama a cor da saudade,

Escudo não há quando se diz "adeus",

E toda despedida humana, na verdade,

Torna-se só reflexo dos delírios teus...



Afeta-nos, sim, a vertigem da vida,

Em paisagens nostálgicas que o tempo nos traz,

Sentimento é resquício de cada brisa perdida

Na estrada de um sonho entre a guerra e a paz...



E se toda terra se despede sem calma

Do delírio só que te coube em versos,

Estarão dispersos, bem aqui, na alma

Os vestígios sós de corações imersos ?



Ah, saudade, muito além do mundo,

Bem ou mal, em cada mente só persiste

No que houver de amor intenso e tão profundo

Que o coração deságua em cada verso triste !



Vejo, pois, disperso o sentimento humano

Em cada breve vento que nos diz "adeus",

Além da insensatez, do mundo tão insano,

Profundo é só o amor que flui nos sonhos teus.


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