Maluquices

Maluquices

Marco Sartorato

Naquele tempo tudo era tão fácil.,

Vestir as calças, calçar os sapatos.

Nada, nem ninguém era versátil,

Nem havia tantas pulgas, piolhos e carrapatos.

Minha namorada usava mini-saia

E eu, botas, pullover e cinturão.

Minha casa repleta de samambaias

E no coberto estacionava o fuscão.

Lembro as madrugadas de domingo,

Quando a grana não pintava.

Assim mesmo saímos sorrindo,

Pra roubar leite e pão de casa, em casa.

A tarde, mesmo sem dormir,

Íamos ao bosque passear.

Para simplesmente música ouvir,

Ou trajando a moda, paquerar.

Bons tempos que não voltam mais,

Tempos de xarope, bode ou bolinha.

Inconsequências e atitudes banais,

Não havia nada a nos fazer entrar na linha.

Essas coisas ficaram na memória…

Talvez pese um pouco na velhice.

Mas não podemos desviar o curso da história,

Nem apagar o registro das maluquices.