Imagem do Google / Cubismo
TIRANIIA DO SILÊNCIO
Do lado de lá da linha,
faz greve alguém – silencia.
E nem me dá «boa noite»,
também não manda «bom dia».
Uma tirana, na certa,
revela-se a tão amada,
que, silente, nem protesta.
Comigo andará zangada?
Na ponta de lá da linha,
muda me está meu amor;
há tempos que não lhe falo,
nem das saudades a dor.
Um telefonema apenas
minha alma confortaria,
ao menos dizendo «olá»,
tal sonora poesia.
– Tuas ouças ouvem nada,
ou tens intruso contigo?
Não consigo as ligações...
Ou estás de novo amigo?
É notória a tirania
que o teu silêncio revela.
Libera, pois, tua linha,
vem do teu fone á janela.
Ah, me notasses as mágoas,
eu já teria atenção,
porém estou convencido
de que não tens coração.
Fort., 09/09/2019.
TIRANIIA DO SILÊNCIO
Do lado de lá da linha,
faz greve alguém – silencia.
E nem me dá «boa noite»,
também não manda «bom dia».
Uma tirana, na certa,
revela-se a tão amada,
que, silente, nem protesta.
Comigo andará zangada?
Na ponta de lá da linha,
muda me está meu amor;
há tempos que não lhe falo,
nem das saudades a dor.
Um telefonema apenas
minha alma confortaria,
ao menos dizendo «olá»,
tal sonora poesia.
– Tuas ouças ouvem nada,
ou tens intruso contigo?
Não consigo as ligações...
Ou estás de novo amigo?
É notória a tirania
que o teu silêncio revela.
Libera, pois, tua linha,
vem do teu fone á janela.
Ah, me notasses as mágoas,
eu já teria atenção,
porém estou convencido
de que não tens coração.
Fort., 09/09/2019.