Há tempos
Há tempos
Há semanas que jaz a última versão
Tempo distante da pureza
Horas seguidas de frieza
Em que não houve inspiração.
Há dias sem qualquer imersão
Não se pode dizer que teve leveza
Tempo de confusas incertezas
Em que predominou a escuridão.
Há tempos sem escrever versos
Em que se manteve distante a essência
E caminhei por outros universos.
Em que mergulhei em aparências
Alusões de sentido diverso
Novos ares ou demência?
O fato é que me mantive distante
Da arte que carrego em minha carne
Da harmonia que sofreu mais um desarme
E sobreviveu mesmo relutante.
Marcel Lopes
25/08/2019