As noites primeiras
Um dia todos aqueles que amamos serão apenas pó das estrelas,
pois, tudo o que é bom o tempo vem e nos leva...
Aprenderemos a amar os céus como se noites fossem primeiras.
Saudosas saudades; chamas dos sentimentos, doces entregas.
Quando o amor é sentido, nunca se perde, nada perece!
Nomear estrelas é dar provas de que o amor se mantém.
E nada!
Nada nesta vida poderá definir por palavras o que dói no peito.
É necessário deixar que as águas caudalosas sigam o seu curso.
Que os rios percorram por nossas veias...
O sentimento é o deleite que alimenta os nossos leitos,
é o afeto que escreve verdades sem impor regras.
Livre, as assas do amor logo nos chegam.
Fintando-nos os olhos, assim, profetizam:
Ainda hoje estarás comigo.
Caindo a tarde, elas partem...
Fica apenas o sentimento do vazio,
da total falta de abrigo.
Batidas asas das saudades,
sobre nós,
as marcas.
São os abraços,
afagos,
beijos e cheiros!
Tatuagens das lembranças,
nada mais as alcança.
Ainda assim,
a alma tenta.
Tenta!
Deseja um pouco mais de entrega;
triste,
o tangível se apaga.
Há uma sede na garganta.
O amor se encaixa feito luvas;
visto que, o afeto nada finge.
Toda saudade nos acusa!
Sentimentos,
nunca se fazem em desuso.
Não se arrefecem;
simplesmente amanhecem,
anoitecem.
Tudo jorra do seu leito;
das correntezas,
lágrimas!
O que vem a ser saudades,
nada!
Apenas um mar de profundas águas.
O amor faz o curso do seu pranto;
cachoeira desaguam sobre preces,
o tempo é tão ardiloso!
Parece que nos seca;
não seca,
nada se acaba.
Deixe que as almas vaguem...
Que busquem suas cidades.
Nem mesmo assim,
o amor estará á margem
Porque sentimentos...
Sentimentos não são miragens!
Tudo vem e nos invade...
Simplesmente nos invade.
O amor é a saudade que não quer um fim.
Autor: Francisco de Assis Dorneles