PAI, PAPAI, PAIZINHO

Já não te sigo os passos

e queria provar do teu

não provado abraço.

Queria ver-te rindo

ao fim do longo dia

depois de grande cansaço

E ralhar comigo quando,

impenitente, só desfaço.

Queria, pai, sentir-te o cheiro,

andar contigo, todo dia,

o dia inteiro, meu companheiro.

Queria eu que fosses

primeiro abrindo caminhos,

meu velho, ligeiro!

E por onde irias? Não o sei,

mas, gostaria, de saber primeiro.

Ah! Meu velho amigo, querido,

que pouco conheci e de quem

nem lembro a voz

Não pude vislumbra teu olhar certeiro,

pois eu pequenino, vivia sem tino,

por ser um menino pouquinho matreiro.

Queria que estivesses comigo,

não só hoje, um domingo,

velho amigo.

Os fatos, porém, delinearem,

delimitaram o meu e o teu caminhar.

Brilhas hoje como uma estrela candente

como o sol poente onde tento me inspirar.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 11/08/2019
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