PAI, PAPAI, PAIZINHO
Já não te sigo os passos
e queria provar do teu
não provado abraço.
Queria ver-te rindo
ao fim do longo dia
depois de grande cansaço
E ralhar comigo quando,
impenitente, só desfaço.
Queria, pai, sentir-te o cheiro,
andar contigo, todo dia,
o dia inteiro, meu companheiro.
Queria eu que fosses
primeiro abrindo caminhos,
meu velho, ligeiro!
E por onde irias? Não o sei,
mas, gostaria, de saber primeiro.
Ah! Meu velho amigo, querido,
que pouco conheci e de quem
nem lembro a voz
Não pude vislumbra teu olhar certeiro,
pois eu pequenino, vivia sem tino,
por ser um menino pouquinho matreiro.
Queria que estivesses comigo,
não só hoje, um domingo,
velho amigo.
Os fatos, porém, delinearem,
delimitaram o meu e o teu caminhar.
Brilhas hoje como uma estrela candente
como o sol poente onde tento me inspirar.