A Saudade e o Conformismo

É latente a falta

que tu me faz

Notório pra quem vê

como estou sem ti

Por horas bate aquele sentimento

Um de insuficiência

do vazio eterno

Fazendo com que ações póstumas

voltem ao intelecto

E “se” eu fizesse diferente?

Ainda sim estaríamos juntos?

E “se” fosse diferente?

Tudo o que eu escrevi

após tua perca existiria?

Seria certo trocar

momentos amorosos

por inspirações tristes?

Ou não?

Já que éramos um

quando juntos estávamos

Inspirações de amor e tesão

surgiam a milhões

de ambos.

Conformismo

Ele nasce da aceitação

Aflora no inverno

Hiberna feito urso

Adormece por meses, anos

Eu li em algum lugar

que talvez um dia

se possa acordar novamente

E reverberar o que se havia perdido

Porém a ruína já está feita

e ela tem a coloração dos teus olhos

ou do azul da tristeza

As palavras de ódio

As ações esdrúxulas

Todas elas já foram lançadas

aos quatro ventos

Chegando assim aos ouvidos divinos

Fazendo com que os deuses

que antes sentiam inveja

do amor exposto

Sintam agora vergonha

por terem tido ojeriza

de algo tão frágil

tão efêmero

Mas o que é a eternidade

diante do ser divino?

O que é o sentimento

que já fora forte.

Perto da imensidão?

….

Matheus Lacerda
Enviado por Matheus Lacerda em 29/07/2019
Código do texto: T6707391
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