ESTRADA DO CUPIM
Nascido entre duas lajes
Frondosamente vivia
O velho "umbuzeiro do papai vei"
À sua sombra, com muitas
Muitas conchas de caramujo
Sonhando que era gado, um menino brincava
Num dos galhos acima, sem se importar
Com o menino e seu rebanho
Um jataí, sem cansar trabalhava
Produzindo mel e cera
Mas o menino cresceu
E sabe-se lá porque, foi embora
Quando voltou, o Jataí
Já tava tão longe, que
Ninguém sabia dizer aonde
Não tinha mais sombra
Nem o "umbuzeiro do papai velho"
Tava mais lá. A laje sim
Mas estava quente, e o “menino”
Não descansou. Comovido pela perda
Sentou-se numa pedra e chorou
E chorando escreveu este poema
S. Paulo, 08/05/2019