Lembranças de um filho.
Com seus olhos arredondados
vinha zombeteiro, ora bravo,
Combinação - canela e cravo,
Humores multi- variados...
El'era tão facilmente complexo
de se entender e conviver,
é difícil lembrar, porque é ser,
uma questão de ser...perplexo!
D'entre tantas palavras ditas
e'meu espírito tua gene marca
profundo, guardado n'arca
das minhas lembranças benditas.
Quando se foi, aqui ficou...
Sempre, portanto, ser - existente
Essa vibração me faz contente,
E'minha mente ressuscitou!
Não preciso dos cinco sentidos
Para ter teu abraço, teu cheiro,
Apertado laço, envolve por inteiro,
segredos dispersos e perdidos
Que esvaem no tempo avante
Nos últimos dias nessa vida
Meus dedos passando à corrida
nos cabelos grisalhos n'um instante
passa de lampejo a vontade
de ter-te de volta à minha presença,
rompendo razão e limite de crença,
egoísmo resiste a virtude da bondade!
Lembro do homem ali sozinho
Talvez pensando nela, a progenitora,
Minha mãe, sua fraqueza - constritora;
Talvez em mim, "campeão", "Falitinho".
Lembro do meu Pequeno-gigante
Me ensinando a viver no mundo
todo vigor que tenho, dele é oriundo,
todo romance e vocação do amante!
Pois ele a amou até o ultimo dia,
foi quando seu coração parou,
Pai! foi quando você me deixou,
durante muito tempo levou a alegria.
Boas lembranças trazem conformidade!
Conforto, paz, mantém teu legado !
A ti sou grato e muito honrado!
Bem sei, te encontrarei na eternidade!
Rafael L. Ribeiro