Enquanto houver amor
A janela do tempo ficará aberta
À espera dos bons ventos.
(...)
Tempestade passageira (se vier),
Corre o risco de molhar o interior.
No externo o controle é improvável.
(...) 
Mas pra quem está na chuva,
Molhar é a consequência de uma escolha.
Ou se esconde ou dança.
(...)
Se o espaço for invadido pelo som
Dos passos dados no andar de cima,
Cobertor de lágrimas.
Pra envolver a emoção e assegurá-la.
(...)
A seleção natural como um trunfo.
Quem dera sentimentos fossem assim.
Descascados na hora.
(...)
Submundo estranho esse meu interior:
Se sente sufocado na presença 
E solitário na ausência.
Incoerência vertiginosa se arrastando
Na pista escorregadia do coração
Maltrapilho e andarilho suburbano.
(...)
Pra acariciar a dor enquanto dorme.
Uma canção sublime.
Sentimento faz cama de vidro.
Transparente desejo disforme.
Resta sentir carregando em baldes
Saudade é saudação da lembrança 
Querendo voltar no tempo.
Saudade é oração de agradecimento 
Enquanto as mãos tocam.
Saudade é a competição
Da mente e coração
Que correm contra o vento
Pra não ver aprisionado, 
O que o amor liberou. 
Saudade toca, mas a música acaba!
Se já viveu, saudade.
Se não viveu, vontade.
Saudade é aquilo que fica,
Daquilo que se foi.
Enquanto houver... Saudade!


 
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 02/07/2019
Reeditado em 03/07/2019
Código do texto: T6687033
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