QUANDO ELA FOI EMBORA
QUANDO ELA FOR EMBORA
(Sócrates Di Lima)
Quando ela foi embora,
Findou-se a aurora.,
Apagou-se as luzes da ribalta,
No palco da vida que me exalta.
Quando ela se foi no seu rigor,
Não houve mais estrelas.,
O Sol perdeu seu fulgor,
Suas Luas! Ah! Melhor nem vê-las.
Quando ela saiu de mim,
Vozes silenciosas foram meu eco.,
Um grito mudo sufocou o sem fim,
Silenciou-me os tons já sem “repeteco”.
Quando ela virou a curva da minha esquina,
Perdi a visão do seu olhar.,
Perdi o sorriso que a menina,
Abriu minha estrada e me fez sonhar.
Quando ela saiu no trem sem passageiro,
Com certeza não olhou mais para trás.,
E se olhou, petrificou por inteiro,
O coração que no meu peito triste hoje jaz.
Quando ela foi embora,
Encerrou a nossa história,
E não me permiti naquela hora,
Que o meu "Eu” ficasse sem memória.
E quando ela foi embora de vez,
Minha alma esteve tempos fora de mim.,
Até hoje as escondidas a saudade mais uma vez,
No meu peito vem, e nunca tem fim.
Caminhos e sonhos outros eu sigo,
Opção que minha alma faz valer.,
Nenhuma outra alma caminhou comigo,
Pois quando ela foi embora eu não quis me refazer.
Quando foi embora aquela menina,
Numa tarde que minha emoção foi rasgada .,
Não houve adeus, e o seu olhar na surdina
Se escondeu na neblina das curvas da minha estrada.
...E, quando ela foi embora,
Entre flores nas cores da aquarela,
Do seu jardim Minha alma ficou de fora,
Esperando um dia aquele olhar, voltar na primavera.