RELICÁRIO
RELICÁRIO
Pendurados no varal
Uma miríade de poemas
Abarrotados de saudade
De mãos que acarinhavam
E subitamente cruzaram-se
Por sobre o peito
De olhos vivos e brilhantes
Que se apagaram num dia de festa
Da boca de beijos doces
De abelha rainha
De palavras que fluíam encantadoras
Envolventes
De momentos guardados
No relicário da memória
E os poemas
Qual os olhos
Não secam
Ficam sempre marejados
Quando lembram o tempo vivido
Dividido
Entre afetos e instantes inesquecíveis