RELICÁRIO

RELICÁRIO

Pendurados no varal

Uma miríade de poemas

Abarrotados de saudade

De mãos que acarinhavam

E subitamente cruzaram-se

Por sobre o peito

De olhos vivos e brilhantes

Que se apagaram num dia de festa

Da boca de beijos doces

De abelha rainha

De palavras que fluíam encantadoras

Envolventes

De momentos guardados

No relicário da memória

E os poemas

Qual os olhos

Não secam

Ficam sempre marejados

Quando lembram o tempo vivido

Dividido

Entre afetos e instantes inesquecíveis

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 18/06/2019
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