TEU OLHAR
(Sócrates Di Lima)
Essa tristeza no teu olhar,
Me importa,
É como uma sombra atrás da porta,
Desconforta.
O teu olhar triste denuncia,
Que tua saudade pode estar vazia,
Sem encantos,
E eu imagino, não há prantos.
Essa tristeza no teu olhar,
Me entristece,
O sorriso se compadesse,
Dá vontade de lacrimejar.
Distante não vejo o teu olhar,
Mas pressinto,
Talvez em silêncio veio a chorar,
Eu não sei, mas eu sinto.
E calaste numa tarde de verão,
E hoje a chuva molha tua tez,
Faz de tuas lágrimas uma visão,
Que faz minha alma se calar de vez.
E se saltar nos céus em para-quedas,
Vai ao fundo do mar se encontrar,
Escala montanhas sem quedas,
Trilha caminhos sem nada se lembrar.
Faz-me alheio a tudo,
Distante nem me dou conta,
Talvez um pensamento absurdo,
Daqueles que a saudade apronta.
Essa tristeza em teu olhar,
Não sei ao certo de quem e por que!,
Talvez nem te lembres mais do meu olhar,
Porque teu olhar nao mais me vê.
E quando fecho os olhos na madrugada,
Sinto o cheiro da pele que me tomava,
Inerte, fico ali, sem falar nada,
Pois, nâo me ama mais, quem dantes me amava.
Não é mais por mim essa exclamação,
Pois nem te lembras mais do toque meu,
Talvez nem me dê conta que já morreu,
Aquela louca sublimação.
Quem tem saudade chora,
Já que a saudade dói,
Mas, o não pensar ignora,
E piora, o desejo que corrói.
Talvez eu até me dane,
Pois, só há um vulto no meu pensar,
Que minha alma não profane,
E se engane com a tristeza de teu olhar.
Mas, uma coisa me intriga,
E isto está no âmago do meu pensar,
É a saudade que me castiga,
Sentir aqui distante, uma tristeza em seu olhar.