Melancolia

Minha linda sereia de sonhos encantados

Hoje lembrei-me de tuas caricias

Hoje lembrei-me e contemplei o nosso belo passado

Adoeci, minha linda sereia, adoeci

Talvez eu não conseguirei terminar esta carta

Escrevi tantas, doces como o tocar em uma pétala

Tantas, que me fogem, com a pressa

De encontrar tua dona, linda sereia, minha dama.

Os meus dedos, outrora combatentes ávidos da solidão

Hoje estremecem perante o vazio dos anos sem ti

Em meu coração, sereia, ficara à vontade e, logo, se fora

Linda sereia, entristeço-me, sem limites

Às vezes acordo quando estou prestes a sorrir,

Por vê-la, linda sereia, em minha preciosa imaginação.

Lágrimas, fora tudo o que meu caderno recebera de mim

Borrões escondem dedicatórias, escondem minha aflição

Espero, linda sereia, que esteja à minha espera

Oh, minha linda sereia, quero senti-la

Assim como naquela breve primavera, que lhe fiz a promessa

Promessa aquela que se rompera com a tua partida

Ah, que desejo incontrolável de gritar o teu nome, em desespero

Envelheço abatido, triste, com apenas versos sofridos

Almejando reencontrar contigo, linda sereia, me condeno

Em te apreciar em devaneios, em ilusões feitas pelo tempo

Linda sereia, poeta não sou e jamais serei

Pois, sem o teu amor, me torno um ninguém

Linda sereia, sereia minha, espero que ainda me ame,

Pois te amo tanto, que consigo vê-la em quaisquer cantos.

Ontem presenciei uma cena tão bela, nostálgica

Dois jovens apreciando os campos floridos da praça

Prática essa esquecida, e levada pelo vento, uma lenda mística

Mas, minha alegria deu lugar a lembranças de uma vida perdida

Ah, se tu ao menos me enviasse cartas,

Como aquelas que outrora me alegravam, simples e descuidadas

Não se preocupando com erros e com as palavras.

Amarei você até que a última rosa toque o caixão

Paixão, deixarei para traz uma vida sem direção

Pois minha musa, minha sereia, se despedira sem prévia comunicação.

Escrevo, como sempre o fizera

E, em solo fértil, quebrarei minhas algemas

Meu amor, que saudade de suas peripécias

Que saudade de nossas conversas.

Escrevo, como sempre o fizera

Esperando abraçá-la novamente, minha doce donzela

Esperando abandonar este mundo de trevas,

E retornar aos braços de minha Bela

Despeço-me, por hora, de ti

Venha me visitar algum dia, sim?

Estarei aqui, na cadeira que grita sua velhice

Estarei aqui, assim como um dia você dissera, como um "cãozinho"

Querendo mais que tudo o carinho e, tenho certeza,

Que voltarei para ti

Minha doce e linda sereia.