DE QUERER VÊ-LA

Às vezes, eu quero vê-la

tanto e de tal maneira,

que chega a vista escurece,

até parece cegueira.

Até parece o clarão

que estabelece a fronteira

entre a segunda e a primeira

luz de quando amanhece,

que compromete a visão,

como a explosão de uma estrela.

E a escuridão que carrego,

a ela devo e não nego.

E que me chamem de cego:

mais cego é quem não quer vê-la.

Frederico Paulo
Enviado por Frederico Paulo em 16/04/2019
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