Sinto saudades
Sinto saudades dos meus olhos
Quando eram estrelas
Queimando ao longe
Mais quentes que uma fogueira
Nas noites
Em que namoravam a lua
Mesmo que distantes
Cerzideiras
De belas pontes
Sinto saudades da minha voz
Quando eram pétalas
Carregadas pela brisa
Levavam beleza
Aos tristes corações
Sedentos de pureza
Na escadaria da vida
Entre os temporais
De incertezas
Sinto saudades de mim
Entre as folhagens das àrvores
No reflexo das àguas
Procuro entre as cinzas
Encontrando apenas pedras
Que erguem meu castelo sombrio
Sob os relâmpagos bravios
Enquanto ouço o mar
A alma definha aqui