Matem o tirano, tirem as espadas do Rei!

Roda, roda, roda a roda,

Quando se fecha uma porta,

Outra porta se abre,

Antes que a inocência seja morta,

Peça que se acabe,

Então faça de tudo que o silêncio seja verdade,

E antes que a mentira fale.

Hoje é um dia de mentira que se diz tanto fato,

É o dia que o bobo não é executado,

Mas de bobo não tem nada quando fala verdade em forma de piada,

Pior é quem acha a verdade é encoberta com risada,

Encoberta essa máscara e mostra tua identidade,

Que sua ironia é a maior perversidade.

Se até rege o tempo na colecionadora,

Oque impede que ela se torne a usurpadora?

É a mais péssima atora,

Quando te mostra que é hora que você morra,

Então corra.

Venho aqui como rei pedir que não façam essa traição,

Que tirem todas as espadas aos cavaleiros que faço menção,

Aqui é um grande e próspero salão,

Não onde sonhos se tornam em vão,

Nesse vão,

Na vontade de consumação,

Coloque tudo em execução,

Menos a cabeça desse ser em construção.

Primeiramente ao Demônio branco e suas sabedorias,

Queria fazer mil cantigas e alegorias,

Ser teu motivo que sorririas,

Pois se soubesse que partirias,

Me partiria junto,

Desse mundo imundo,

Mas não estou aqui para lamuriar,

Estou aqui para glorificar,

Parabéns por reencarnar,

Que o ar sempre vá a soprar,

Para o lado que teu rosto seja o sorriso,

Eterno sábio e rabisco,

Perdão por me perder em alfarrábios,

Não ter ouvido o som dos sábios,

Nem ter perpetuado aqueles lábios,

Agora meus sonhos são maiores que os aviários.

A Pomba Pacifista,

Minha eterna artista,

Mesmo que tenha sido breve turista,

Tua braveza nos ensinou que “Insista, persista, conquista”

Que buscava sempre o melhor de cada ser,

Não deixava nunca de ser esse ser,

Desse mundo deixou muito mais que coração,

Deixou sempre uma oração,

E nos deu razão,

Perdão por perder a fé que me entregou,

No final aquele cálice secou,

Mas o cale-se nunca funcionou,

Pois o Corvo aviventou.

Ao Leão Ensanguentado,

Com seu rugido lendário,

Nunca gostou do toque carcerário,

Sempre confiava no cenário,

Obrigado por parecer com tua juba acolhedora,

Sempre ser essa pessoa adoradora,

Agora nos braços da colecionadora,

Perdão por não vingar teu sangue real,

Por ter-me feito medroso infernal,

Findar em mentira abissal,

Mas eu vou mudar sempre o final,

E afinal,

Fazer com que seja sempre leal.

A Sereia Harpista,

Também sábia artista,

Deixava nenhuma pista,

Ir a lua estava em sua lista,

Perdão por desperdiçar todos os seus dedilhares,

Ter-se feito de estrelas ao milhares,

Perdido seu contato com olhares,

Agora silenciada em todos os mares,

Afastando todos os males.

A Águia Indomável,

De sua ira indomável,

Sempre tão maleável,

De temperamento detestável,

Mas irmão amável,

Perdão por não honrar um irmão predador,

Que me salvou de tanta dor,

Que me ajudou com seu temor,

Me fez amigo por amor,

Voando às montanhas do usurpador.

Ao Bardo Endiabrado,

Com seu talento incontrolado,

Sábio da perdição,

Que cheirava a unção,

Não deixava para traz uma canção,

Nem se dava por vencido em nenhuma situação,

Perdão por não achar seu coração,

Muito menos por saber qual era a união,

Mas o eu-lírico não se vai,

Você nunca se esvai,

Não farei igual a queda de Ícaro,

Cai,

Sai.

Ao Corvo Cerúleo e eu,

Já deu,

Já se doeu,

Já se remoeu,

Já renasceu,

Todos já se foram e é preciso ver,

Que nunca vão voltar a te ver,

Nunca virão te receber,

Nenhuma canção cantarão com você.

Todos os nomeados são os corpos do meu castelo,

Todos os nomeados estão ligados por um elo,

Todos os nomeados recebem seu selo,

Todos os nomeados estão felizes em vê-lo,

Aqueles que se foram se levantam uma só vez,

Para tirar-lhe a espada de vez,

E só dessa vez,

Todos os nomeados estão alegres com o que você se refez.

O sangue que escorria agora saem suas lágrimas que não caíram,

Os corpos empilhados são enterrados até aqueles que sumiram,

Todos os lamentos estão glorificando e suas almas subiram,

Aqueles que contestam essa evolução, caíram.

Uma última palavra da Morte para esse parecer,

“Esse é um dia desse novo ser,

Um novo rei acaba de nascer,

O tirano viu que nunca iria vencer,

Há de como representar a fala de um peão,

Há como dizer qual é o tempo de Deus daqueles em sua servidão,

Mas o tempo é relativo a quem não conhece sua apropriação,

Muito menos quando deve acabar e silenciar essa canção,

O corvo só aumenta mas quem vos obedecerão,

Sendo que está sozinho nesse salão,

Há tempo de criação,

Mas qual é o tempo,

Do próprio tempo?”

Todas as espadas que seguravam o rei no chão foram retiradas,

Todas as maldições que o silenciavam foram caladas,

Todos os antigos ódios foram amados,

Todos os amargos foram adoçados,

Todas as antigas metas foram alcançadas,

Pobres almas,

Não sabem quanto é suas calmas,

O quanto pode machucar as pessoas amadas.

Não há problemas do passado que te impeçam de crescer,

Há problemas do presente que te fazem morrer,

Mas é sempre momento de renascer,

E fazer por merecer.

A quanto tempo,

Não sentia essa paz,

Deixando tudo para trás,

As vozes não falam mais.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 02/04/2019
Código do texto: T6613300
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