Amsterdam
diz-me amor,
dos seus novos cansaços
sem nenhuma preocupação à vista
da procura do lugar que não se acha
dos cafés, do sol, da sombra
os invernos dos livros, de cada filme de revista
a tremer sob os muros dos jardins,
ante a penúltima luz dessa tarde
do barulho e o cheiro de vinho de cada crepúsculo.
meça o valor do tempo a todo exílio do espelho
um pouco antes do futuro se tornar definitivo
cuide de nossa frase,
tão cheia do silencio de nossas vozes
que acordo no meio da noite e não consigo evitar.
mas se a frase não sobreviveu
não se importe. não era importante
parece que as coisas se apagam
muito mais e mais rapidamente
sem sabermos quanto amor cabe em um só amor
dê-se beijos longos. de minha parte
beba as horas e o mais importante
você já percebeu o quanto sinto sua falta?