Miséria
Ao contemplar o brilho de sua balda
Oprimido em meu parvo receio,
Num olhar fugaz de belo anseio,
Vi nascer a desventura de minh’alma...
Pois, nesta cupidez de véu e grinalda,
Macerei a paixão!..., fendi-a ao meio!
Para evitar o abrigo de seu seio,
Que em sonhos me fustiga a calma.
Todavia, nada auferi neste desatino.
Nem paz, nem guerra, ou candura...
Nem sequer uma mentira em ternura...
Agora..., vivo de meu próprio paladino,
Que por debaixo do séquito de brandura...,
Esconde a miséria de minha clausura.