Miséria

Ao contemplar o brilho de sua balda

Oprimido em meu parvo receio,

Num olhar fugaz de belo anseio,

Vi nascer a desventura de minh’alma...

Pois, nesta cupidez de véu e grinalda,

Macerei a paixão!..., fendi-a ao meio!

Para evitar o abrigo de seu seio,

Que em sonhos me fustiga a calma.

Todavia, nada auferi neste desatino.

Nem paz, nem guerra, ou candura...

Nem sequer uma mentira em ternura...

Agora..., vivo de meu próprio paladino,

Que por debaixo do séquito de brandura...,

Esconde a miséria de minha clausura.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 10/03/2019
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