MINHA CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,

Onde gorjeiam os sabiás;

As belezas que não encontro por aqui,

Certamente abundam por lá.

Onde me levanto bem cedinho,

Sob maviosa sinfonia de passarinhos

Que me entregam os seus carinhos.

Minha terra tem palmeiras,

Rios majestosos, cachoeiras.

Aqui vivo Ia solitudine sem afetos,

Carregando em meu peito a saudade

Da minha gente feliz e hospitaleira.

Minha terra tem palmeiras,

Onde os sabiás gorjeiam.

Não permita, ó meu bom Deus,

Que eu passe desse mundo

Sem tornar a pisar aquele solo fecundo,

Onde, em se plantando, tudo cresce.

Minha terra tem palmeiras,

Bosques, bem-te-vis e sabiás;

O meu Brasil eu quero abraçar.

Caro leitor, estes despretensiosos versos são uma singela homenagem ao belo poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, grande nome da poesia da 1ª geração do Romantismo brasileiro. Nota do autor.