Como correm as pessoas quando vem a chuva. Se apertam sob as marquises para fugir das ruas. Evitam as gotas a qualquer custo. No meu tempo a gente saltava nas poças. Se molhava a beça até a mãe ficar rouca. De tanto nos mandar parar com aquele absurdo. A gente corria descalço pelas ruas. Fazendo Sol ou chuva. Nada se comparava a sensação de liberdade. Quantas brincadeiras sadias. E outras que quase nos custavam a vida. Difícil atender a tantas amizades. Mas a gente sempre dava um jeito de conversar. Ficávamos horas e horas a brincar. E os pais desesperados nos mandavam caçar o caminho de casa. No meu tempo se podia confiar no outro. Sonhar por um futuro vindouro. Em que todos estariam conosco para sempre. Essa gente corre da chuva como se não fosse dádiva. Se escondem nas marquises mas ninguém se abraça. No meu tempo a gente se lançava na chuva e saltava as poças...
Lucas Rodrigues do Carmo
Enviado por Lucas Rodrigues do Carmo em 07/03/2019
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