Saudade...

Saudades... ôh saudade ingrata!

Saudade do que valeu a pena, do que foi bom.

Saudade daquela tarde, daquele sorriso, daquele abraço.

Saudade do bom dia, do cheiro de shampoo, do pós barba, que perfumavam o quarto pela manhã.

Saudade da barba que arranha, do cabelo descabelado, da cueca no chão do quarto.

Saudade da toalha em cima da cama, do chinelo virado, da tampa do vaso aberta.

Saudade daquela camisa azul... Ah! Aquela camisa azul...

Uma saudade tem nome, sobrenome, rosto, cheiro, gosto, pele, sorriso, encanto.

Uma saudade que não passa, não diminui, não acaba.

Ela incomoda, inquieta, dilacera, destrói.

Ela não é prova que valeu a pena, ela não é memória do que foi bom, ou é?

Ela é ingrata, violenta, incompreensível.

Ela nos derruba, nos levanta, nos impulsiona.

Ela é a certeza do que não volta, do que não se repete.

Ela é o final de algo que não vamos esquecer que foi bom.

Saudade!

Palavra pequena que traz consigo grandes recordações.

Recordações do que foi bom, valeu a pena, mas não volta mais.

Saudades...

Saudades...

Saudades!!!

CorreiaC
Enviado por CorreiaC em 28/02/2019
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