Versos dolentes
Poeta Antonio Agostinho
Longe da casa paterna
Eu sinto imensa saudade
Do meu tempo de menino
E da minha liberdade
Trago na minha lembrança
Os momentos de criança
E vigor da mocidade
Hoje so resta saudade
Deste momento feliz
Dos carinhos de mamãe
Minha bela genetriz
E também do meu rincão
Onde encetei a missão
De cantador do país
Por lá deixei meus perfis
De cantador genial
Eu recordo com saudade
Do carinho paternal
Do beijo de mãe querida
Da nossa grande guarida
Do nosso berço natal
Como intelectual
Fiz repente de viola
Conquistei meus conterrâneos
Por lá preguei minha escola
Daquela casa tão bela
O passado me revela
Uma dor que me acrisola
Eu virei bom trovador
Relendo constantemente
Castro Alves foi meu guia
Pinto me ensinou repente
Eu lendo Lima Barreto
Aprendi fazer soneto
E conquistar minha gente
Da minha querida gente
Eu tenho recordação
Sobretudo minha mestra
A quem eu dava atenção
Jamais eu esquecerei
De tudo quanto gozei
Naquele bom casarão
Ficou no meu coração
Uma saudade latente
Da casa que morei nela
Da minha querida gente
Do meu passado feliz
E da minha genetriz
Figura forte e prudente