SOCORRO
Nos corredores me vejo ansioso:
Sei que é tua força me impondo seus pés,
Vem seu perfume num vento jocoso:
Vem, me conduz, perfumada que és.
És um pedaço da minha costela,
O seu aroma é da minha autoria.
Esse retrato é da minha janela:
O seu calçado exposto à luz do dia.
Quando aceleram meus passos o grito
que vem de dentro, que é onde ainda habitas
Corro sem léguas medidas ao encontro
Do seu olhar que, de perto, me fita,
E nos amamos sem tempo ou lugar!
Nos denunciamos no nosso divã!
Até que o dia comece a raiar
E que o socorro transporte a manhã...