Infância

INFÂNCIA

Esse som que cai no telhado suavemente aguça a minha mente

e me faz por um instante sentir uma coisa sublime,

que só mesmo quem foi menino

é capaz de entender.

Esta sensação chega a doer no peito

e não tem outro jeito,

a não ser reviver.

Mesmo que seja por alguns instantes,

só para saciar meus desejos,

lembrar que ao raiar do dia,

vinha junto com minha alegria

o cheirinho de chuva com o frescor do café.

Saíamos para o terreiro,

correndo, satisfeitos

para com a terra molhada brincar.

Brincávamos de jogar peteca,

de quem comia mais o peixe,

feito na terra molhada.

E no decorrer do dia ,

quando a chuva forte vinha,

não tinhamos norte.

Corríamos para as biqueiras,

atrás das águas ligeiras

e por elas deixavá- nos levar.

Embora não tivéssemos noção,

sabíamos da emoção,

da marca que aquele momento em nossas vidas iria deixar.

Nena Barros.

Nena Barros
Enviado por Nena Barros em 31/01/2019
Código do texto: T6564138
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