CANTAS, VIOLEIRO!
CANTAS, VIOLEIRO!
Cantas,
no limiar da noite
fresca,
e ouves
o coaxo do sapo
no brejo;
no brilho
da lua, o vento
resfresca a noite,
enquanto
cantas com gracejo.
Cantas,
e o som
da viola ecoa,
e embalas
o sono dos arvoredos;
cantas,
qual pássaro
noturno entoa,
a melodia que cantas
sem segredos.
Cantas,
para a amada
que ainda vem ao teu
encontro,
ao namoro sob o luar;
cantas,
porque ouves também
do Além,
o canto das almas
mortas no eterno lar.
Cantas,
violeiro,
ao som da viola,
do realejo;
cantas, porque tua amada
está prestes a chegar;
cantas,
porque sentes saudade
dela;
e aproveitas o ensejo,
para evocar
tua presença de alma
morta contigo,
sob a noite de luar.
Escritor Adilson Fontoura