Ao Mar
Chego quando o sol se despede.
Pela praia deixo os meus chinelos.
E assim te sinto quando me vens.
Pois,
em mim você deságua.
Amo-te por essas águas.
Por elas também navego.
Pelo tanto que te quero.
Que eu te quero.
Hoje eu fiz mais um castelo,
libertei novas saudades.
Digressão,
é tudo o me invade.
Passos lentos,
vou deixando marcas.
Piso toda a areia.
Há quantas ondas você me chega!
Bombeia....
Bombeia....
Você é sangue nas minhas veias.
Venha de onde vier.
Sou a saudade que te quer.
Atraca em meu coração,
molha os meus pés.
Das ondas seja a espuma.
Borbulhas de uma entrega.
Pois,
em mim,
você navega.
Assim,
ponha fim à tristeza,
a solidão.
Não me canso de riscar esse chão.
Fiz da praia o teu nome.
Do vento,
tua direção
Finquei-me nessas pedras,
tornei-me o teu porto.
Cansei de ser ilha.
Por isso,
não me deixe á margem.
Perdido sem teu paraíso.
Na mente também navego.
Sou um barco indeciso.
Com você tudo supero.
Preciso do teu sorriso.
Navegar-te é preciso.
Tristes os fins de tarde.
Quando te vejo feito miragem.
Mas a ti não me nego.
E assim eu trafego.
Vou além desse mar....
Pra te encontrar.
A te encontrar.
Porque Te amo.
Porque te espero.
Deixa em mim tua bagagem.
Finda agora tua viagem.
Autor: Francisco de Assis Dorneles.