Defeso (repostando)
Não são peças de brinquedo
nem são coisas sem valor
o que se bolem em meu peito...
Viver no eterno segredo
desse destoado amor
que já nasceu imperfeito...
Vem sempre ao primeiro alvor
as lembranças dos teus braços
de teu colo, meu regaço...
Nem a sangue me curvo ao medo
de alimentar esse amor
sem pôr-me a ele sujeito...
Sigo aos rastros de Thelema
tendo o amor sob vontade
mas o exercício é um dilema...
Distância tua traz enredos
nas noites insones a transpor
os céus escuros em meu leito...
Em estreitos de muros e grades
sem um mínimo aceno teu:
dor que arde em continuidade...
Mas no solo do meu íntimo
quaisquer movimentos teus
suscitam nós de saudades...
Beto Acioli
3 de dezembro de 2015 às 15:52 · Recife