Desertos
Por que insisto em me rasgar e em me fazer doer, em esconder dentro de mim o sol e em me fazer chover?
Por que desvio meus olhos do jardim em flores e os perco no infinito vazio que me condensa a alma e que me pesa dia após dia?
Em que curva da estrada eu derrubei meus sonhos, me curvei aos medos e deixei que a poeira da estrada me cegasse os olhos?
A bagagem da saudade tem me pesado no peito e como um rio corrente, caminha ligeiro procurando leito.