Mãe é mãe
Apanhei muito de mamãe
De suas santas mãos
Conheci as mais importantes lições
Eu um menino travesso
No sol a pino olhando no céu as pipas
Esquecendo a hora sagrada do almoço
No chão de barro batido rolando as muitas bolas de gude
Gritando olha o rapa e fazendo coloridas coleções de bilhas
Rabiolas pique e esconde policia e ladrão garrafão pera uva e maça
Bandeirinha passar o anel amarelinha queimado
Tempo bom
Hoje as lições são outras e as mães também
Aboliram as varinhas de marmelo e os puxões de orelhas
Proibiram as reprimendas rígidas
Andávamos na chuva e tomávamos banho de calha
Pisávamos na lama e andávamos descalços
Era outra era
Dançávamos dois pra lá e dois pra cá
Cantávamos as mais lindas poesias em canções
Hoje as letras estão pobres e cheias de impropriedades
Os homens agridem as mulheres
Roubam os cofres do País
Matam como se matam pardais
Abusam até de crianças
Não respeitam nem os professores
Muito menos seus próprios genitores
Salvem as mães
Elas ainda permanecem sagradas
A priori tem que haver um equilíbrio natural nesse mundo
Pra sabermos o que é bom e o que é ruim
E o mais interessante de tudo é que minha mãe só tinha o primário
Mas como sabia de pedagogia
Aulas de honestidade e respeito
Coisas raras hoje em dia