SAUDADE

Como expiação derrubável é a saudade,

Que golpeia sem aparo e sem dó,

Só se aproxima dos amantes mais sensíveis,

Atormentando-os com ansiedade e muita dor.

Acomoda-se serena como aragem,

Infiltrando-se nos alvos das emoções,

Fragilizando um coração acabrunhado,

Que sofre o sofrer de um adeus.

Duas fácies tem esta briosa senil,

Dolente e própria ao mesmo tempo,

Contradição dentre a dor e a alegria,

Inseparável em muitas moradias.

Está dor que pousa em nossas almas,

É a vontade de ver outra vez...

Uma pessoa amada que partiu,

Ou a sua alma gêmea que morreu.

Sentimento afetivo e profundo,

Que só sente quem perdeu,

A razão, ou essência da sua vida,

Que se foi, sem sequer dizer adeus.

José Maria
Enviado por José Maria em 07/11/2018
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