SAUDADE
Como expiação derrubável é a saudade,
Que golpeia sem aparo e sem dó,
Só se aproxima dos amantes mais sensíveis,
Atormentando-os com ansiedade e muita dor.
Acomoda-se serena como aragem,
Infiltrando-se nos alvos das emoções,
Fragilizando um coração acabrunhado,
Que sofre o sofrer de um adeus.
Duas fácies tem esta briosa senil,
Dolente e própria ao mesmo tempo,
Contradição dentre a dor e a alegria,
Inseparável em muitas moradias.
Está dor que pousa em nossas almas,
É a vontade de ver outra vez...
Uma pessoa amada que partiu,
Ou a sua alma gêmea que morreu.
Sentimento afetivo e profundo,
Que só sente quem perdeu,
A razão, ou essência da sua vida,
Que se foi, sem sequer dizer adeus.