BRAÇOS DO TEMPO
BRAÇOS DO TEMPO
Afora me destinei ao amor,
Sensível e aprendiz em sonhos agasalhados,
Segui cegamente às ilusões,
E reavivei de esperanças
O farol dos sentimentos,
A incendiar com luz,
Um coração dantes com portões fechados.
De andarilha me expus a paixão,
Destravei as fechaduras com segredos esfomeados,
Segui por aventuras,
Burlando com empenho os ávidos momentos de lucidez
Sem medo e em demasia
Confiante nos cadeados abertos da certeza.
Deveras estive adormecida,
Talvez entediada
Com a solidão invadindo o meu espaço
Para tanto , fiz proceder em festa o silêncio de quem espera,
Que em vão, no desespero da surdez se esgueira em falas,
E não obstante nos braços do tempo, o ontem,
Continuadamente,.
Seguirei em seus braços.
Lisboa, 26/05/2016
Maria Tecina Santos