UMA SAUDADE -- ITABUNA
Farta- me os olhos,mirar as águas
Do Rio Cacheira,
Que deságua em torrentes de saudade,
Margeando o Bananeira
De encantos tantos,
Humilde bairro de tanta história
Perpetuada na memória!...
Em cada canto lembrado,
Uma doce recordação
Do meu rincão amado,
Um filme projetado
Na tela nostálgica da lembrança:
O Jardim do O, o Banco Raso,
O Centro Comercial, a rodoviária,
Os Canecos , Mutuns, Praça Adame,
São Caetano,Cajueiro, Bairro de Fátima,
Califórnia, União Operária,
Avenida Cinquentenário,
0 Pontalzinho, Amélia Amado
E tantos outros bairros, um ideário
De beleza que convida ao sonho
Nos versos que componho...!
Tanto nome
A declinar saudade.!...
Cachoeira , o leito seco,
Ou a enchente...
A enchente
Que molhava os olhos
Da gente,
Os abrolhos
Da Ilha do Jegue ( meu brinquedo
Preferido quando em criança,
Mais doce folguedo
A me embalar a infância)!...
Querido rio, desaguando a saudade
De minha querida cidade -
A sempre amada e eterna Itabuna!
SAUDADE BRANDA
Quando em menino brincava
Ao redor da meninada,
Nao pensava
Nos percalços da vida, em nada!...
Era só brincar,
Inocentemente peraltear
Pelas ruas da cidade
À roda das brincadeiras
Mais inocentes, mais fagueiras
Ao encanto do cair das tardes,
À beira do Rio Cachoeira,
Pelo o Mangabinha,
Pelo o Bananeira!...
Que embalo, que folguedo
A vida tinha !...
O sonhar sem medo,
Era suave melodia
A embalar
O amor em essência pura,
Da tristeza - a cura -
O coração a pulsar
No embalo da fantasia!
Hoje, distante da terra querida,
Longe, mas da saudade
Sentida , bem perto,
O coração desperto,
Remove a bruma, e me invade
Uma saudade branda: Itabuna!