POR ENQUANTO: SAUDADE!
A saudade não é capataz
porém tortura,
Não o faz por maldade;
mas como um capataz foi criada para ser assim,
adestrada ela o é, sem cura.
A saudade não é um cão,
mas se torna mais próxima que o melhor amigo,
quando nosso coração em perigo
vê o outro partir,
faz com que o presente dele se torne passado,
deixando nosso coração preocupado,
ocupa o presente
sem querer sair.
A saudade não é doença,
mas faz ferida acompanhada de cicatriz,
e quer sempre roubar a cena
quando a lembrança se esforça
para deixar-nos feliz.
Se na matemática tivesse saudade
a dízima periódica não seria assim,
repetida e consecutivamente
ela volta,
não tendo mais fim.
Saudade não é presente,
mas lembra que o ausente
é importante;
nos lembra que quando estava,
fez meus dias significantes.
E assim vou lidando com os dias,
aprendendo a cuidar da saudade,
vou tratando de dar-lhe carinho
pra devolver-me minha amizade.