Absolutamente Nada Pois Os Dias São Estes

Não que eu queira,

Mas os dias são estes,

Dias de dor e de desprezo

Onde homens e feras caminham juntos...

Os relógios são os novos carrascos

E a sucessão de seus números

Podemos chamar nossos pesadelos...

Não que eu peça,

Minhas caladas orações são outras,

Pedem dias de sol e flores sem nome,

Finais felizes de inocentes novelas...

Só que os ares agora pesam,

E seu peso acaba sufocando

Mais do que qualquer outro veneno...

Não que eu não implore,

Tenho até implorado outros carnavais,

Novos abrigos para nossos desatinos

Com direito ao sono do dia seguinte...

Mas ninguém mais me conhece,

O meu rosto ficou em outro tempo,

Quanto mais distante, menos sou visto...

Não que eu não suplique,

Queria que houvesse paz entre os homens,

Brincadeiras para os nossos meninos,

Justiça em todos os cantos da terra...

Só me resta pouco a fazer,

Colocar o último sangue que resta nas veias

Em versos que dedico à você, meu amor...

Carlinhos De Almeida
Enviado por Carlinhos De Almeida em 06/09/2018
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