O SILÊNCIO EM SEU CARNAVAL
É de noite onde o silêncio faz seu maior barulho,
Gemendo como animal nos dentes de um leão,
Agonizando em seus suspiros,
Nessa noite que insiste em não acabar.
É de noite onde os espelhos incomodam a alma,
E o reflexo parece martelar com seu olhar,
O mundo parece tao grande,
Quanto a cama que está vazia.
Eu não posso te prender, mas quero,
Eu não posso o tempo adiantar, mas quero,
Eu não posso mais estar sozinho, e qual minha opção,
Se você sabe de tudo isso, mas parece ignorar.
Eu estou caminhando pela penumbra,
Onde a luz do corredor não pode me alcançar,
Eu estou desejando o sono mais violento,
Para fugir do pensamento enquanto estou a sonhar.
Eu respiro baixinho para não assustar meu pranto,
Eu respiro lento para o peito não cansar,
E os segundos escorrem por um ralo entupido,
Parece que o tempo não passa…
É de noite que o silêncio faz seu carnaval,
É de noite que não distingo meu bem, meu mal,
É de noite que me entrego a essa cama vazia,
Suplicando que o tempo não rasgue mais minha pele enquanto estou a esperar.