UMA ELEGIA DE SAUDADE
“Deixa-me partir…
… E segura-me o último suspiro
E pede ao vento que o leve
Onde repousam minha mãe, meu pai,
Meus irmãos,
E todos aqueles que tombaram apenas
Porque um dia sonharam olhar o céu
E desejaram ser aves…”
São Reis
Para matar esta saudade
Direi, como um poeta que sente,
Minha alma chora de verdade
E de verdade nunca mente
Porque a lembrança está ausente
Mas vive na perenidade.
Toda ela de mim faz parte
E chegou a hora de partir
Levando na alma o estandarte
De um ledo sonho a reflorir
Que nas asas do meu carpir
À tua memória irei levar-te.
– Deixa-me partir, dir-te-ei
A ti, Saudade, como a poeta
Disse, num poema que achei,
Olhando o céu na hora certa
Virás até mim como oferta
Num corpo de ave que serei!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA