UMA ELEGIA DE SAUDADE

“Deixa-me partir…

… E segura-me o último suspiro

E pede ao vento que o leve

Onde repousam minha mãe, meu pai,

Meus irmãos,

E todos aqueles que tombaram apenas

Porque um dia sonharam olhar o céu

E desejaram ser aves…”

São Reis

Para matar esta saudade

Direi, como um poeta que sente,

Minha alma chora de verdade

E de verdade nunca mente

Porque a lembrança está ausente

Mas vive na perenidade.

Toda ela de mim faz parte

E chegou a hora de partir

Levando na alma o estandarte

De um ledo sonho a reflorir

Que nas asas do meu carpir

À tua memória irei levar-te.

– Deixa-me partir, dir-te-ei

A ti, Saudade, como a poeta

Disse, num poema que achei,

Olhando o céu na hora certa

Virás até mim como oferta

Num corpo de ave que serei!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/08/2018
Reeditado em 11/08/2018
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