TERRENOS BALDIOS

Há perdas na vida erguida no coração,

Uma cidade repleta de edifícios.

A cada perda, um prédio ruído; às vezes

Sem destroços: Coração cheio de terrenos baldios.

A prefeitura cardíaca proíbe o uso

De terrenos um dia ocupados e os envenena

Para que ali fiquem vazios; novos prédios

Só nos terrenos nunca ocupados.

Vista do céu, clareiras espraiam-se pela cidade,

Há novos prédios, não tão altos como antes -

Acostumamo-nos agora às novas paisagens,

Ainda que nessas haja buracos das antigas.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 09/08/2018
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