VELHAS "BARRIGUDEIRAS"
Nostálgicas palmeiras da minha infância,
*fieis guardians do paço do meu pátrio solo
na canícula do entardecer de Bragança
com leques de aragens de polo a polo.

Testemunhas dos feitos herócos  passados,
dos soberbos alpendres e nobres senhores,
em que donzelas nas janelas dos sobrados
se enterneciam com serestas e cantores.

Da igreja de São João dos cordeirinhos
no silêncio das taperas da aldeia,
das "quadrilhas", dos balões, e dos foguetinhos
nas chamas de ilusões dos lenhos de mangueiras.

Recordo o A B C da venturosa instância
no banco corrido da primeira escolinha,
meninos e meninas na salutar infância
sob a regente régua da Maricotinha.

Ah! Essa malfadada turbidez do progresso
devessou a doirada existência singular,
tornou a gente simples em um povo egresso
e a ode do poeta em  refrão vulgar.

Oh! Dor inefável de fixação, delírio ou ânsia
ver passar as nuvens trazidas pelos ventos 
as fugazes visões dos dias de infância
levadas quem sabe, nas poeiras do tempo...