Cadeira De Balanço.
Na cadeira de balanço
Eu vi papae balançando,
Senti que estava pensando
Em sua vida passada,
Nos olhos pouca visão
No rosto a velhice castigando.
Suas mãos cheias de calo
Com a labuta da vida,
Que tanto lhe castigou;
Nunca reclamou de nada
E abraçou o destino
Do jeito que Deus mandou.
Criou seus filhos coitado
Com o pouco que ganhava
Na luta do dia a dia;
E os anos marcou seu rosto
Com as rugas da velhice
Com desencanto e agonia.
E como a morte é insana
Levou-lhe também a vida
Deixando filhos de herança;
Pros filhos nada restou
A não ser tristeza e dor
Sem um fio de esperança.