paixões
no inverno das paixões
o amor é afeto
o carinho é a carícia da brisa
e o calor é o sol da manhã
no outono das paixões
o amor é ímpeto
suicida que se arremessa
ao abismo
e no mais profundo eu
abdica de tudo
somente para amar
se arrasta pelo chão
implora atenção,
roga por momentos
que fugidios se vão
se vão como folhas ao chão
no verão das paixões
tudo é fogo, é lava
é vulcão
os sentimentos são terremotos
arrasadores destruindo a
construção pacífica dos anos,
dos conceitos, da educação.
E num gesto insandecido
no derreter do calor máximo
funde-se tudo em um só
amor, carinho,
cotidiano e sobrevivência.
nas estações híbridas e misteriosas
da paixão
tudo passa,
passa o calor,
o frio,
a brisa
as frutas maduras,
as folhas envelhecidas
orvalhos ressecados
se transformam em lágrimas,
em emoções mornas,
ainda recônditas na alma.
A alma congelada na infância
que brota na velhice
num sorriso sem explicação.
Num gesto sublime e suave
de quem percorreu a aspereza,
a brutalidade, o serrado,
a caatinga...
Mas, umedeceu o coração
nas distantes monções de amor.