paixões

no inverno das paixões

o amor é afeto

o carinho é a carícia da brisa

e o calor é o sol da manhã

no outono das paixões

o amor é ímpeto

suicida que se arremessa

ao abismo

e no mais profundo eu

abdica de tudo

somente para amar

se arrasta pelo chão

implora atenção,

roga por momentos

que fugidios se vão

se vão como folhas ao chão

no verão das paixões

tudo é fogo, é lava

é vulcão

os sentimentos são terremotos

arrasadores destruindo a

construção pacífica dos anos,

dos conceitos, da educação.

E num gesto insandecido

no derreter do calor máximo

funde-se tudo em um só

amor, carinho,

cotidiano e sobrevivência.

nas estações híbridas e misteriosas

da paixão

tudo passa,

passa o calor,

o frio,

a brisa

as frutas maduras,

as folhas envelhecidas

orvalhos ressecados

se transformam em lágrimas,

em emoções mornas,

ainda recônditas na alma.

A alma congelada na infância

que brota na velhice

num sorriso sem explicação.

Num gesto sublime e suave

de quem percorreu a aspereza,

a brutalidade, o serrado,

a caatinga...

Mas, umedeceu o coração

nas distantes monções de amor.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/09/2007
Código do texto: T638509
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